ANVISA aprova novo tratamento para câncer de pulmão metastático: alectinib

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou um novo tratamento para câncer de pulmão não-pequenas células metastático que apresenta uma translação no gene ALK, presente em até 5% dos casos. Os pacientes são, em sua maioria, do sexo feminino, mais jovens (40-60 anos) e sem história de tabagismo. Os pacientes acometidos por essa variante de câncer de pulmão, assim como os portadores de outras mutações que chamamos de driver (como EGFR, ROS1, BRAF, entre outras), geralmente tem um benefício importante com terapia alvo-dirigida contra as alterações moleculares, em comparação com quimioterapia.
A aprovação foi baseada no estudo ALEX, que demonstrou uma superioridade do alectinib em relação ao tratamento padrão, o crizotinib, com redução de risco de progressão de doença ou morte de 53%. Mais ainda, a droga tem uma ótima penetração no sistema nervoso central e reduziu o risco de progressão em 84% para pacientes com metástase cerebral. A droga tem toxicidade manejável, e menos eventos adversos graves comparadas a crizotinib.
A droga é comercializada sob o nome comercial Alecensa® e é produzida pela Roche. Consiste em comprimidos de 600 mg, a serem tomados junto com alimentos, duas vezes ao dia. O tratamento já é aprovado nos Estados Unidos desde 2017. Até então, no Brasil, o tratamento padrão é crizotinib. Infelizmente, a droga ainda não é de cobertura obrigatória a todos os planos de saúde por não estar contemplada no rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que somente é atualizado a cada 2 anos para agentes anti-neoplásicos orais. A droga tampouco está prevista para ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS).
Fonte: Peters et al. Alectinib versus Crizotinib in Untreated ALK-Positive Non–Small-Cell Lung Cancer. NEJM, 2017