Hormonioterapia: O que é, indicações e como funciona

A hormonioterapia é uma modalidade de tratamento que desempenha um papel crucial em diversas condições de saúde, especialmente em certos tipos de câncer. Utilizando hormônios ou bloqueadores hormonais, essa abordagem pode inibir o crescimento de tumores que dependem de hormônios para se desenvolver.
Neste artigo, entenda
o que é a hormonioterapia, suas principais indicações e como ela funciona.
O que é a hormonioterapia?
A hormonioterapia é um tratamento que utiliza medicamentos para
modificar a produção ou ação dos hormônios no organismo. Hormônios como estrogênio e testosterona podem estimular o crescimento de certos tipos de câncer, como os de mama e próstata. A terapia busca reduzir ou bloquear esses hormônios para frear o desenvolvimento do tumor.
Tipos de hormonioterapia
Bloqueadores hormonais: Medicamentos que inibem a produção de hormônios pelas glândulas.
Moduladores hormonais: Substâncias que impedem que os hormônios se liguem aos receptores nas células.
Cirurgia: Remoção de glândulas produtoras de hormônios, como ovários ou testículos, em casos específicos.
Indicações da hormonioterapia
A hormonioterapia é indicada principalmente para tratar cânceres hormonossensíveis. Os tipos de câncer mais comumente tratados com essa abordagem incluem:
Câncer de mama
Grande parte dos
cânceres de mama é sensível a hormônios. A hormonioterapia é recomendada para pacientes com
tumores receptores positivos para estrogênio e/ou progesterona (ER+ ou PR+). Estudos indicam que esse tratamento pode reduzir a chance de recorrência em até 50%.
Assista ao vídeo e entenda mais sobre o tratamento do câncer de mama:
Câncer de próstata
O crescimento do
câncer de próstata costuma ser impulsionado pela testosterona. A hormonioterapia reduz a produção desse hormônio ou bloqueia sua ação, ajudando a
controlar a progressão da doença e proporcionando melhora na qualidade de vida dos pacientes com casos metastáticos.
Outros tipos de câncer
Em situações menos comuns, a hormonioterapia pode ser indicada para tratar outros tipos de câncer, como
alguns casos de câncer de útero, ovário e glândulas salivares, especialmente quando apresentam receptores hormonais.
Como a hormonioterapia funciona?
A hormonioterapia age de maneiras distintas, de acordo com o tipo de câncer e a estratégia escolhida. Veja os mecanismos mais comuns:
- Bloqueio da produção hormonal
Medicamentos como os inibidores de aromatase bloqueiam a ação da enzima aromatase, que converte andrógenos em estrogênio. Essa abordagem é indicada apenas para mulheres na pós-menopausa, seja ela natural ou induzida por bloqueio da função ovariana. Costuma ser mais eficaz que os SERMs (abaixo). Exemplos de inibidores de aromatase: letrozol, anastrozol, exemestano.
2. Bloqueio de receptores hormonais
Moduladores seletivos de receptores de estrogênio (SERMs) ou degradadores do receptor (SERDs), como o tamoxifeno e fulvestranto, atuam impedindo que o estrogênio se ligue aos receptores nas células mamárias, limitando o estímulo ao crescimento tumoral.
3. Supressão hormonal química ou cirúrgica
A remoção de glândulas produtoras de hormônios, como os ovários (ooforectomia) em mulheres ou os testículos (orquiectomia) em homens, reduz drasticamente a produção de hormônios sexuais, contribuindo para o controle do crescimento do tumor. É uma alternativa definitiva e menos custosa, comumente utilizada no sistema público. A alternativa química (medicamentosa) é através de medicamentos que bloqueiam o estímulo à produção dos hormônios. Exemplos: gosserelina, leuprorrelina, degarelix.
Quem pode se beneficiar da hormonioterapia?
A hormonioterapia é indicada para pacientes com tumores que
apresentam sensibilidade hormonal. Antes de iniciar o tratamento, são realizados exames para identificar a presença de receptores hormonais nas células tumorais. Pacientes com
câncer de mama ou próstata
em estágio avançado, que não respondem bem a outros tratamentos, também podem encontrar benefícios nessa abordagem.
Perguntas frequentes
Como funciona o tratamento de hormonioterapia?
A hormonioterapia age bloqueando ou reduzindo os hormônios que estimulam o crescimento de certos tipos de câncer, como os de mama e próstata, interrompendo a progressão tumoral.
Quando é indicada a hormonioterapia?
É indicada principalmente para pacientes com câncer hormonossensível, como câncer de mama e próstata com receptores hormonais positivos.
Quais são os efeitos colaterais da hormonioterapia?
Efeitos comuns incluem ondas de calor, ganho de peso, perda de densidade óssea, alterações de humor e fadiga.
Quais medicamentos são usados na hormonioterapia?
Medicamentos como tamoxifeno, inibidores de aromatase, leuprolida e goserelina são comumente utilizados.
Qual a diferença entre quimioterapia e hormonioterapia?
A quimioterapia ataca células cancerosas diretamente, enquanto a hormonioterapia reduz ou bloqueia hormônios que promovem o crescimento do câncer.
Quanto tempo dura a hormonioterapia?
Pode durar de 5 a 10 anos, dependendo do tipo de câncer e da resposta do paciente ao tratamento.
Como é aplicada a injeção de hormonioterapia?
É administrada por via subcutânea ou intramuscular, conforme o medicamento prescrito e as recomendações médicas.
Quais os benefícios da hormonioterapia?
Reduz o risco de recidiva do câncer, desacelera o crescimento tumoral e pode ser uma opção eficaz em casos de câncer avançado.
Como iniciar a hormonioterapia?
O tratamento começa após a recomendação do oncologista, que avalia exames e discute a presença de receptores hormonais no tumor.
Como amenizar os efeitos colaterais da hormonioterapia?
Práticas como atividade física, dieta balanceada, suplementação de cálcio e vitamina D, e apoio psicológico podem ajudar a aliviar os sintomas.
Quem faz hormonioterapia menstrua?
A menstruação pode ser interrompida durante o tratamento, especialmente em mulheres pré-menopáusicas, devido à supressão hormonal.
Quem faz hormonioterapia pode beber?
O consumo de álcool deve ser moderado e discutido com o médico, pois pode interferir nos efeitos do tratamento e potencializar efeitos colaterais.
A hormonioterapia é eficaz na prevenção de recidivas?
Sim, a hormonioterapia pode reduzir significativamente as chances de recorrência em pacientes com tumores hormonossensíveis, especialmente no câncer de mama.
A hormonioterapia é eficaz em todos os estágios do câncer?
A eficácia depende do estágio e tipo de câncer; ela é mais comumente eficaz em casos de tumores hormonossensíveis e pode ser usada em estágios iniciais ou avançados.
Quais são os sinais de que a hormonioterapia está funcionando?
Indicadores incluem a redução do tamanho do tumor, estabilização da doença e melhora dos níveis de marcadores tumorais em exames de sangue.
Conclusão | Hormonioterapia para câncer em São Paulo
A hormonioterapia é um tratamento eficiente em casos de cânceres hormonossensíveis, como os de mama e próstata. Com a capacidade de controlar o crescimento do tumor e reduzir o risco de recorrência, ela desempenha um papel essencial no arsenal de tratamentos oncológicos. Se você deseja saber mais sobre a hormonioterapia ou tem dúvidas sobre sua indicação,
consulte um especialista e discuta as opções de tratamento.
Sou o
Dr. Gustavo Schvartsman, especialista em oncologia clínica. Formado pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo, me especializei no MD Anderson Cancer Center, adquirindo experiência internacional e aprofundando meu foco em imunoterapia. Hoje atuo no Hospital Israelita Albert Einstein, onde ofereço tratamentos personalizados e terapias de última geração. Meu compromisso é garantir que cada paciente receba o
melhor cuidado possível e as opções de tratamento mais adequadas para seu caso. Para mais informações, explore o meu
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