ASCO 2018 - Melanoma

Dr. Gustavo Schvartsman • 5 de julho de 2018

Estudos apresentados nesta edição da ASCO trouxeram algumas novidades relacionadas ao tratamento de pacientes com melanoma localmente avançado e pacientes com doença metastática. Aqui, destacamos alguns deles

 

​Doença localmente avançada e tratamento adjuvante

Foi apresentado um estudo holandês de validação externa da oitava edição do estadiamento pela American Joint Committee on Cancer (AJCC), em que as curvas de sobrevida foram semelhantes ao proposto pela AJCC. Porém, a oitava edição não diferencia adequadamente a sobrevida entre pacientes com estágio IIIA e IIIB e sugere a implementação de um cutoff de 1mm para o maior depósito em linfonodo sentinela como grande preditor de sobrevida nesse grupo (pacientes com estágio IIIA e < 1 mm de depósito apresentaram 88% de sobrevida melanoma-específica de 91% em 5 anos versus 72% em depósitos > 1 mm).

 

Em outra apresentação oral, o estudo CheckMate 238 confirmou o benefício de sobrevida livre de progressão de nivolumabe adjuvante por um ano comparado com ipilimumabe (63% versus 50% em 24 meses), mas ainda sem dados maduros de sobrevida global.

 

Por último, a análise final do estudo alemão DECOG-SLT, avaliando a necessidade de esvaziamento completo linfonodal em pacientes com melanoma e biópsia de linfonodo sentinela positiva, confirmou a ausência de benefício de sobrevida global com o procedimento completo.

 

Doença metastática

Foram atualizados os dados do estudo Columbus, que randomizou pacientes para receber encorafenibe, (um novo inibidor de BRAF) em combinação com binimetinibe (inibidor de MEK) versus encorafenibe ou vemurafenibe. A combinação resultou em aumento de sobrevida global comparada com vemurafenibe (sobrevida mediana: 33,6 versus 16,9 meses; HR 0,61), além de aumento da sobrevida livre de doença e taxa de resposta. Porém, o benefício da combinação sobre encorafenibe sozinho foi discreto e não estatisticamente significativo. Ademais, esse foi o primeiro estudo comparando dois inibidores de BRAF isolados, evidenciando uma superioridade do encorafenibe sobre vemurafenib. Em imunoterapia, dados de longo prazo do estudo Keynote-006 mostraram que, após um tempo médio de 20 meses a partir da descontinuação de pembrolizumabe em pacientes que completaram o protocolo de dois anos de tratamento, 86% permaneceram livres de progressão. Além disso, dos indivíduos que apresentaram recidiva, metade dos que foram reexpostos à droga apresentou nova resposta, indicando que a interrupção do tratamento é segura para a maior parte dos pacientes, principalmente os que atingiram resposta completa. Esse achado foi verificado por pelo menos três séries retrospectivas distintas apresentadas em formato de pôster.


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A imunoterapia revolucionou o tratamento do câncer ao estimular o próprio sistema imunológico do paciente a combater as células tumorais. Diferente da quimioterapia e da radioterapia, que agem diretamente sobre o tumor, a imunoterapia fortalece as defesas naturais do organismo. Mas será que a imunoterapia funciona em todo câncer? A resposta exige uma análise cuidadosa sobre o funcionamento da técnica, os tipos de tumores que mais respondem ao tratamento e as limitações ainda existentes. Continue a leitura para entender como a imunoterapia funciona, quais pacientes podem se beneficiar e o que a ciência já descobriu até agora. O que é imunoterapia? A imunoterapia é uma forma de tratamento que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas. Ela funciona como uma espécie de “reeducação” das defesas naturais do corpo, ajudando-as a identificar e atacar o tumor com mais precisão. Existem diferentes tipos de imunoterapia utilizados na prática clínica, como: Inibidores de checkpoint imunológico, que liberam os “freios” do sistema imune (ex.: anti-PD-1, PD-L1 e CTLA-4) Terapias com células T, incluindo as células CAR-T Vacinas terapêuticas, desenvolvidas para estimular respostas específicas contra o câncer Citocinas, como interleucinas e interferons, que aumentam a resposta imune Anticorpos monoclonais , que reconhecem alvos específicos nas células tumorais A proposta é tornar o sistema imunológico mais ativo e eficaz contra tumores que, muitas vezes, conseguem escapar da vigilância natural do organismo. Imunoterapia funciona em todo câncer? Não. Apesar dos avanços recentes, a imunoterapia não funciona em todo câncer . A resposta ao tratamento depende de características específicas de cada tumor, como: Expressão de biomarcadores, como PD-L1 Carga mutacional elevada (TMB) Presença de inflamação no microambiente tumoral (“tumores quentes”) Instabilidade de microssatélites (MSI-H) Em resumo, a eficácia da imunoterapia está diretamente ligada ao perfil biológico do câncer. Ainda não existe uma solução universal, mas as indicações têm crescido com o avanço das pesquisas. Por isso, é fundamental que todos os tipos de tumor sejam testados adequadamente para avaliar o potencial benefício da imunoterapia, mesmo os subtipos com menor probabilidade de eficácia. Como exemplo, já tive pacientes com câncer de mama que não eram elegíveis à imunoterapia por serem hormônio-positivos, porém com rara carga mutacional altíssima, que viabilizou o tratamento bem-sucedido. Assista ao vídeo:
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