Larotrectinib é aprovado pelo FDA para o tratamento de tumores sólidos com fusões no NTRK

Em 26 de novembro de 2018, a Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos concedeu aprovação acelerada ao larotrectinibe (VITRAKVI, Loxo Oncology Inc. e Bayer) para pacientes adultos e pediátricos com tumores sólidos que possuem uma alteração genética específica - uma fusão no gene NTRK (neurotrófica de receptor de tirosina quinase).
O tumor deve ser metastático ou em casos onde a ressecção cirúrgica pode resultar em morbidade grave, e após falhas ao tratamento padrão já estabelecido para a doença em questão.
Esta é a segunda aprovação do FDA para tratamento de tumores que compartilham uma alteração molecular como seu mecanismo de desenvolvimento, e não pelo tipo de tumor primário (pulmão, pâncreas, mama, etc.). Chamamos esse tipo de aprovação de "tumor agnóstica".
A aprovação baseou-se em dados de três ensaios clínicos multicêntricos, de braço único. A identificação da fusão do gene NTRK foi determinada prospectivamente em laboratórios locais usando sequenciamento de nova geração (NGS) ou hibridização fluorescente in situ (FISH). É uma alteração rara que ocorre em 1% da maioria dos tumores mais comuns, mas pode ser encontrada com maior frequência em tumores pediátricos, como o fibrossarcoma infantil.
A eficácia foi avaliada nos primeiros 55 pacientes com tumores sólidos irressecáveis ou metastáticos que abrigam uma fusão do gene NTRK. Doze pacientes tinham menos de 18 anos de idade. Um total de 12 tipos de câncer foram representados, sendo os mais comuns:
- tumores de glândulas salivares (22%)
- sarcoma de partes moles (20%)
- fibrossarcoma infantil (13%)
- câncer de tireoide (9%)
A taxa de resposta (redução de mais de 30% do volume do tumor) foi de 75%, incluindo 22% de respostas completas. A duração da resposta foi de 6 meses ou mais para 73% dos pacientes.
A segurança do larotrectinib foi avaliada em 176 doentes inscritos nos três ensaios clínicos, incluindo 44 doentes pediátricos. As reações adversas mais frequentes (≥20%) com larotrectinib foram fadiga, náuseas, tonturas, vômitos, aumento das enzimas hepáticas, tosse, obstipação e diarreia. No geral, o tratamento foi bem tolerado e as toxicidades manejáveis.
Fontes:
https://www.nejm.org/doi/full/10.1056/NEJMoa1714448
https://www.fda.gov/Drugs/InformationOnDrugs/ApprovedDrugs/ucm626720.htm