Imunoterapia para câncer metastático: Entenda quando é indicado e como funciona

Gustavo Schvartsman • 19 de fevereiro de 2025

O câncer metastático, historicamente, é desafiador de tratar. No entanto, com o avanço das terapias, a imunoterapia para câncer metastático está ganhando destaque como uma nova esperança para muitos pacientes. Este tratamento utiliza o próprio sistema imunológico do corpo para identificar e atacar células cancerígenas, oferecendo uma abordagem menos tóxica e mais personalizada do que a quimioterapia tradicional.


Continue a leitura e entenda como a imunoterapia funciona, quando ela é indicada e quais são os seus principais benefícios e desafios no tratamento de cânceres metastáticos. 


O que é imunoterapia?


A imunoterapia é uma abordagem moderna no tratamento do câncer, voltada para
fortalecer o sistema imunológico e torná-lo mais eficaz no combate às células tumorais. O sistema imunológico, naturalmente, identifica e elimina células anormais no corpo. No entanto, o câncer pode desenvolver mecanismos para escapar dessa vigilância. A imunoterapia atua diretamente nesse processo, reativando ou potencializando a resposta imunológica para atacar o tumor.


Existem diferentes tipos de imunoterapia, como
inibidores de checkpoint imunológico, vacinas terapêuticas contra o câncer e terapias com células T geneticamente modificadas. Cada uma dessas estratégias atua de maneira específica, mas todas compartilham o objetivo de aprimorar a capacidade do corpo de identificar e eliminar células cancerosas, oferecendo uma alternativa eficaz e personalizada no tratamento oncológico.


Como a imunoterapia funciona em casos de câncer metastático?


A
imunoterapia adota uma abordagem diferenciada para tratar o câncer metastático, que é mais difícil de controlar devido à sua disseminação para outras partes do corpo. Esse tratamento é projetado para reconhecer e atacar as células cancerosas onde quer que estejam, mobilizando o sistema imunológico de maneira mais eficaz.


  • Inibidores de checkpoint imunológico: Esses medicamentos bloqueiam proteínas que limitam a ação das células T, que são cruciais no sistema imunológico. Ao remover essas barreiras, as células T podem combater o câncer de maneira mais ativa.
  • Terapias com células T modificadas: Nesse tratamento, as células T do paciente são geneticamente modificadas para reconhecer e atacar as células cancerosas de forma mais específica. Isso é particularmente útil em casos de câncer metastático, onde o câncer está espalhado em várias áreas do corpo.
  • Vacinas contra o câncer: Estas vacinas ajudam o sistema imunológico a identificar proteínas específicas das células tumorais, impedindo o crescimento e a propagação do câncer.


Quando a imunoterapia é indicada para câncer metastático?


A imunoterapia não é indicada para todos os tipos de câncer metastático. Sua eficácia
depende de características específicas do tumor, como a presença de proteínas PD-L1, que podem ser alvo de inibidores de checkpoint imunológico. Além disso, mutações genéticas específicas podem tornar certos cânceres mais propensos a responder à imunoterapia.


As principais indicações incluem:


  • Câncer de pulmão metastático (Muitos casos de câncer de pulmão não pequenas células (NSCLC) metastático se beneficiam, especialmente em pacientes com alta expressão de PD-L1);
  • Melanoma metastático;
  • Câncer de rim e bexiga;
  • Câncer de cabeça e pescoço.


Benefícios da imunoterapia no câncer metastático


A imunoterapia oferece uma série de vantagens em relação aos tratamentos convencionais, como a
quimioterapia:


Menos efeitos colaterais

Diferente da quimioterapia, que ataca tanto células cancerosas quanto saudáveis, a imunoterapia é mais específica, reduzindo efeitos colaterais como queda de cabelo e fadiga intensa.



Tratamento prolongado

Pacientes podem manter a imunoterapia por períodos mais longos sem enfrentar a toxicidade grave que outros tratamentos causam.


Resposta prolongada

Mesmo após o término da imunoterapia, o sistema imunológico continua a identificar e combater as células cancerosas, resultando em remissões mais duradouras.


Desafios e limitações da imunoterapia


Embora a imunoterapia traga novas perspectivas para pacientes com câncer metastático, ela também apresenta desafios.
Nem todos os pacientes respondem ao tratamento, e, em alguns casos, pode provocar efeitos colaterais graves, como reações autoimunes.


Entre os principais desafios estão a
resistência ao tratamento, assim como em outros tratamentos, as células cancerosas podem desenvolver resistência à imunoterapia ao longo do tempo, reduzindo sua eficácia.


Além disso, ao ativar o sistema imunológico, a imunoterapia
pode desencadear uma resposta exacerbada, causando inflamação e danos em órgãos saudáveis, como o fígado ou os pulmões.


Como saber se a imunoterapia é adequada?


A escolha pela imunoterapia para tratar o câncer metastático envolve uma
avaliação cuidadosa de vários fatores.


O oncologista costuma solicitar exames específicos para
detectar biomarcadores, como a expressão de PD-L1 ou mutações genéticas, que indicam a probabilidade de resposta ao tratamento.


Além disso, o
estado geral de saúde do paciente e a localização do tumor são considerados para determinar se a imunoterapia é a melhor opção terapêutica.


Resultados da imunoterapia no câncer metastático


Os resultados da imunoterapia em casos de câncer metastático podem variar conforme o tipo de tumor e as características individuais do paciente. Contudo, ela
tem se mostrado eficaz em prolongar a vida de muitos pacientes que, de outro modo, teriam poucas opções terapêuticas. 


Estudos indicam que, em cânceres como o melanoma metastático, a imunoterapia pode aumentar a sobrevida em
até 50%, trazendo novas perspectivas de tratamento para esses casos complexos.


Perguntas frequentes


O que é imunoterapia para câncer metastático?

A imunoterapia é um tratamento que estimula o sistema imunológico a combater células cancerígenas, sendo usada para tratar câncer metastático, quando o câncer já se espalhou para outras partes do corpo.


Quando é preciso fazer imunoterapia?

A imunoterapia é recomendada quando o câncer é metastático ou recidivante e apresenta biomarcadores específicos, como alta expressão de PD-L1 ou mutações genéticas.


Quais tipos de câncer metastático podem ser tratados com imunoterapia?

A imunoterapia é eficaz em vários tipos de câncer metastático, como melanoma, câncer de pulmão não pequenas células, câncer renal, bexiga, e alguns casos de câncer de cabeça e pescoço.


Quais são os benefícios da imunoterapia para câncer metastático?

A imunoterapia pode proporcionar menos efeitos colaterais, resposta duradoura e uma maior eficácia em comparação a tratamentos convencionais como quimioterapia.


Como saber se sou um bom candidato para imunoterapia no câncer metastático?

A elegibilidade para imunoterapia depende da presença de biomarcadores específicos, como a expressão de PD-L1, além de mutações genéticas e o estado geral de saúde do paciente.


A imunoterapia pode curar o câncer metastático?

Embora a imunoterapia possa prolongar a vida e até induzir remissão em alguns casos, não é garantida como cura para todos os tipos de câncer metastático.


A imunoterapia pode ser combinada com outros tratamentos para câncer metastático?

Sim, a imunoterapia muitas vezes é combinada com outros tratamentos, como quimioterapia, radioterapia ou terapias-alvo, para aumentar a eficácia.


Posso interromper temporariamente o tratamento com imunoterapia se houver complicações?

Sim, em caso de efeitos colaterais graves, o tratamento pode ser interrompido temporariamente até que o médico avalie o estado do paciente e decida se deve continuar.


É possível fazer imunoterapia se o câncer já afetou múltiplos órgãos?

Sim, a imunoterapia é indicada para câncer metastático e pode tratar células cancerosas em múltiplos órgãos, uma vez que ativa o sistema imunológico em todo o corpo.


A imunoterapia pode ser usada em pacientes idosos com câncer metastático?

Sim, a imunoterapia pode ser utilizada em pacientes idosos, desde que eles estejam em condições clínicas adequadas para suportar o tratamento.


A imunoterapia funciona da mesma maneira em homens e mulheres?

 Embora os mecanismos de ação da imunoterapia sejam os mesmos, a resposta ao tratamento pode variar entre homens e mulheres devido a diferenças biológicas e hormonais.


O câncer pode voltar após a imunoterapia?

Sim, mesmo após uma resposta positiva à imunoterapia, há a possibilidade de recidiva. No entanto, o sistema imunológico pode continuar atacando as células cancerosas por algum tempo após o término do tratamento.


Conclusão | Imunoterapia em São Paulo


A imunoterapia para câncer metastático é um avanço promissor no tratamento de casos avançados da doença. Oferecendo uma
abordagem mais precisa e menos tóxica, a imunoterapia tem mostrado resultados encorajadores, especialmente para pacientes com tipos específicos de câncer. Embora ainda haja desafios, como a resistência ao tratamento e os efeitos colaterais imunomediados, o futuro da imunoterapia continua promissor.

Se você está em busca de um especialista em oncologia clínica, sou o Dr. Gustavo Schvartsman. Minha formação inclui a Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo e especialização no renomado MD Anderson Cancer Center, onde adquiri experiência internacional e desenvolvi um forte foco em imunoterapia. Atuo no Hospital Israelita Albert Einstein, oferecendo tratamentos personalizados, terapias inovadoras e um cuidado integral, sempre com o objetivo de proporcionar as melhores opções para cada paciente. Meu compromisso é que cada paciente receba o melhor cuidado possível e as opções de tratamento mais adequadas para seu caso. Para mais informações, acesse o meu site ou clique aqui para agendar uma consulta.

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A imunoterapia revolucionou o tratamento do câncer ao estimular o próprio sistema imunológico do paciente a combater as células tumorais. Diferente da quimioterapia e da radioterapia, que agem diretamente sobre o tumor, a imunoterapia fortalece as defesas naturais do organismo. Mas será que a imunoterapia funciona em todo câncer? A resposta exige uma análise cuidadosa sobre o funcionamento da técnica, os tipos de tumores que mais respondem ao tratamento e as limitações ainda existentes. Continue a leitura para entender como a imunoterapia funciona, quais pacientes podem se beneficiar e o que a ciência já descobriu até agora. O que é imunoterapia? A imunoterapia é uma forma de tratamento que estimula o sistema imunológico do próprio paciente a reconhecer e combater as células cancerígenas. Ela funciona como uma espécie de “reeducação” das defesas naturais do corpo, ajudando-as a identificar e atacar o tumor com mais precisão. Existem diferentes tipos de imunoterapia utilizados na prática clínica, como: Inibidores de checkpoint imunológico, que liberam os “freios” do sistema imune (ex.: anti-PD-1, PD-L1 e CTLA-4) Terapias com células T, incluindo as células CAR-T Vacinas terapêuticas, desenvolvidas para estimular respostas específicas contra o câncer Citocinas, como interleucinas e interferons, que aumentam a resposta imune Anticorpos monoclonais , que reconhecem alvos específicos nas células tumorais A proposta é tornar o sistema imunológico mais ativo e eficaz contra tumores que, muitas vezes, conseguem escapar da vigilância natural do organismo. Imunoterapia funciona em todo câncer? Não. Apesar dos avanços recentes, a imunoterapia não funciona em todo câncer . A resposta ao tratamento depende de características específicas de cada tumor, como: Expressão de biomarcadores, como PD-L1 Carga mutacional elevada (TMB) Presença de inflamação no microambiente tumoral (“tumores quentes”) Instabilidade de microssatélites (MSI-H) Em resumo, a eficácia da imunoterapia está diretamente ligada ao perfil biológico do câncer. Ainda não existe uma solução universal, mas as indicações têm crescido com o avanço das pesquisas. Por isso, é fundamental que todos os tipos de tumor sejam testados adequadamente para avaliar o potencial benefício da imunoterapia, mesmo os subtipos com menor probabilidade de eficácia. Como exemplo, já tive pacientes com câncer de mama que não eram elegíveis à imunoterapia por serem hormônio-positivos, porém com rara carga mutacional altíssima, que viabilizou o tratamento bem-sucedido. Assista ao vídeo:
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